quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Regresso

Olá, mundo!

É, depois de quatro longos dias (e noites) de Carnaval, de muito ver bailinhos, de muito comer, beber (sumos e água) e de pouco dormir, cá estou eu de volta! o/

Durante estes quatro dias passei por várias experiências que nunca tinha vivido antes. Foi interessante eu, uma estrangeira a tudo isto do Carnaval, ir para o seio de uma tradição tão cerrada como esta. Da experiência, trago tanto sentimentos positivos como negativos e é sobre isso que quero falar hoje aqui no blog.

Para dar a entender mais ou menos o ambiente onde vivo, mas no qual não cresci (sempre gostei de ficar em casa a jogar playstation, a ver televisão ou no meu pc), esta é uma sociedade de festa, tradições e religião. Quase todas as festas são em dedicatória de um dos muitos santinhos que existem e são festas realizadas há muitos, muitos, anos, pelo que deixar de as fazer seria impensável pelas gerações de agora. E tudo bem, não vejo mal nisso, até é um motivo de orgulho. Vejo mal, no entanto, nas mentalidades incrivelmente fechadas e antiquadas que por aí andam. 

Nas peças de teatro popular a que assisti, chamados bailinhos ou danças de Carnaval, existem várias personagens recorrentes. As mais comuns que encontrei foi o bêbado, a mulher mexeriqueira, o padre e o naião, também chamado de maricas ou de gay. A última personagem foi a que mais me irritou.

A forma como os homossexuais, e a homossexualidade em geral, foram (e são) tratados em vários bailinhos foi incrivelmente de mau gosto. Usam o dito gay como motivo de piada, com conversas e falas que podem ser consideradas ofensivas, como se ser gay fosse uma espécie de crime. Ser homossexual é tão natural como ser heterossexual ou ter outra sexualidade qualquer. De quem os outros gostam, ou com quem eles dormem, não é da conta de ninguém. Vivemos em 2016! Tradições são muito bonitas, mas têm que aprender a adaptar-se aos tempos modernos e a respeitar as pessoas. #jámeirritei

Outra coisa que notei foram os temas em si. Bailinhos têm a tendência de tratar de temas da actualidade, sendo um deles a política. Pois bem, política e críticas a uma das ilhas vizinhas à minha foi o que não faltou. Tanto que até me fartou. 

Outro tema recorrente são os estereótipos do homem e da mulher e do casamento (heterossexual) em geral. A falta de feminismo, de demonstração de igualdade nestas representações fez-me crer mais uma vez que a sociedade em que vivo não está a avançar como deve ser. E que a nova geração não vai aprender nada, pois os ensinamentos parecem não existir. 

Por último, só quero mencionar que a minha opinião não passa disso, de uma opinião. Mas acho que a realidade de hoje em dia e os problemas sociais que por aí existem não devem ser ignorados e postos debaixo do tapete em prol de umas tradições que só servem para dar colesterol.

Por hora, fico-me por aqui. Acho que disse tudo o que queria. :v De uma forma geral, diverti-me. Mas houve muita coisa que não gostei de ver e que, pareceu-me, ser a única dentro daquela sala a notar os problemas escondidos nas entrelinhas. É pena. E mais pena ainda que o próximo ano não traga mudança nenhuma.

Resumo:

O que estou a ler: Viver para Contá-la, de Gabriel García Márquez (já só faltam dois capítulos);
Série do momento: Nenhuma;
Último filme visto: Velvet Goldmine;
Anime que estou a ver: Ore Monogatari;
O que estou a jogar: The Sims 3 - The Ultimate Sim Challenge;
Comida desejada: Nenhuma. Mas comi bastantes porcarias (leia-se comida que engorda) nestes dias;
Momento do dia: A manhã;
Sentimento de hoje: Normalidade;
Música do dia: Hoje não será música, mas sim um dos meus bailinhos favoritos neste Carnaval, chamado "A Última Ceia". E sim, este causou furor entre as mentes religiosas e fechadas. Para quem sabe viver a realidade, aproveitem esta peça de teatro popular. 

~ Hoje fica o link, pois não consegui encontrar o vídeo na pesquisa do blog para colocar aqui. Aproveitem! https://www.youtube.com/watch?v=GHrHaZo8_OU

With lots of love,
Sora



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